O
turismo, tal como o conhecíamos, foi um dos sectores que mais sofreu com toda
esta situação que estamos ainda a viver. De todas as crises que este sector tem
sofrido, esta será a mais complicada de resolver, por várias questões: a
pandemia ainda não terminou, a quebra foi quase total em imensas empresas, e as
cicatrizes deixadas são profundas e duradouras.
É tempo
então de o turismo se reinventar, e descobrir novas maneiras de atrair
clientes, novos locais para descobrir, e mostrar novos horizontes. Ainda se
nota uma desconfiança grande neste sector, e é preciso que as empresas a ele
ligadas se empenhem para devolver essa confiança.
Para isso, é tempo de mais do
que nunca, promover Portugal como destino de eleição, não só para quem vem de
fora, mas para o turista nacional.
Como tal, fomos fazer um tour com uma empresa especializada do sector, a Porto
Outside. É daqueles tours de van de 9 lugares, com guia, e tudo! Ar condicionado, garrafas de água, máscaras disponibilizadas, mala de primeiros socorros, tudo como manda a sapatilha! Muito bem!
Por norma, não
é muito usual os portugueses fazerem este tipo de tour no próprio país, sendo
mais usual quando se visita um destino completamente desconhecido, e que acaba
por ser vantajoso fazê-lo – maximiza-se a experiência, sendo mais objectivo no
que se vai ver, e fica-se a saber mais sobre o que se visita. Aqui o trabalho
do guia é o factor diferenciador, claro.
Vamos lá então?
Escolhemos
fazer o tour História e Vinho, que nos iria levar a dois locais próximos de nós,
a Citânia de Sanfins e o seu Museu, e à Quinta de Lourosa, um dos bons
produtores de vinho verde, que aqui é a zona dele.
Citânia
de Sanfins
Aqui tão perto de nós, é um dos locais que é de visita obrigatória, e nos tempos do ciclo/liceu, há sempre uma vista de estudo que passa por aqui. É uma importante zona arqueológica da civilização Castreja, e a sua dimensão impressiona, 15Ha. Viveriam aqui cerca de 3.000 pessoas, e era a cidade-sede da região.
Aqui estaria sediado o poder político e militar, e seriam predominantemente guerreiros, ficando para outros castros em redor a tarefa de outras actividades, como a agricultura e a pastorícia. As muralhas que rodeiam a Citânia assim o atestam.
De salientar que seria necessário fazer uma manutenção regular a estes locais, para poderem estar em condições de receber os turistas.
O núcleo familiar está há espera há mais de 10 anos (pelo que nos informaram) de recolocar o colmo nos telhados, que não existe desde que ali houve um pequeno incêndio. Entre Câmara municipal e Junta de Freguesia, alguém terá que ter a responsabilidade de o fazer, e era bom que ficasse resolvido.
O Museu
Arqueológico da Citânia de Sanfins encontra-se no Solar dos Brandões, em
Sanfins. Aqui vamos encontrar vestígios encontrados durante os vários anos de
escavações, e onde se encontra a estátua do Guerreiro, símbolo da Citânia, que
foi transladada para aqui. No seu local foi colocada uma estátua simbólica em
metal, mantendo a sua função de vigia permanente.
Para finalizar a visita, fomos conhecer os jardins deste histórico Solar dos Brandões. Limpo e muito bem tratado, um cedro centenário sobressai neste espaço.
Terminado o ‘departamento’ História, era hora de seguirmos para terrenos mais
refrescantes, e seguirmos para uma quinta de enoturismo.
Cada vez mais em voga,
estas quintas produtoras de (bom) vinho reinventam-se, e abrem as portas a quem
pretende viver de perto o dia-a-dia da produção de vinho. Com sorte, se
escolherem a altura das vindimas, ainda podem ajudar nesta tão tradicional
actividade.
Quinta de Lourosa: No coração do Vinho Verde
A Quinta de Lourosa foi a escolhida, e o cicerone de serviço foi a própria dona e enóloga da quinta, Joana de Castro, que tão bem deu conta do recado, claro está, que para ela não há segredos nesta área.
De uma
simpatia extrema, acompanhou-nos na visita pela quinta, explicando a sua história, os cuidados que tem com as uvas, e claro, a produção de vinho. nos ensinou mais um bocadinho sobre o vinho,
e aprender com quem percebe da poda, literalmente! 😄
No final da volta pelos terrenos, fizemos uma prova de alguns dos vinhos daqui da Quinta de Lourosa. Começámos na adega, junto às cubas de inox, e terminámos na sala de provas, que já teve vários usos ao longo dos anos. Loureiro, alvarinho, rosé, espumante bruto rosé, fomos provando de tudo um pouco.
O Alvarinho saiu vencedor nesta 'contenda', sendo um dos melhores que já provei, embora a escolha não fosse fácil. O espumante também se mostrou um grande vinho. É claro que o gosto de cada um difere, por isso é aconselhável fazerem vocês mesmos a prova, e contarem como foi! 😁
Esta
será uma quinta para visitar com mais calma, e aproveitar também o seu
alojamento, que já possui o selo clean & safe, certificação dada pelo Turismo de Portugal para as empresas do sector do Turismo que cumpram as recomendações da Direcção-Geral da Saúde.
E então, vale a pena?
Um passeio bem agradável, com duas componentes muito interessantes, a História da zona, e a visita a uma quinta de enoturismo, onde se produz o mundialmente famoso Vinho Verde. A simpatia do nosso motorista/guia, José Maia, foi um factor diferenciador também.
Estes tempos serão porventura mais um lembrete que é preciso acarinhar e incentivar os Portugueses, e contar com eles para fazer movimentar toda esta indústria. Este ano não pode ser visto como um caso isolado, e se a estrutura estiver bem montada e preparada, será mais fácil noutras situações difíceis manter o turismo a funcionar com a prata da casa!
Qualidade e excelência não nos falta, vontade de trabalhar também não, e locais para visitar, é por todo o país, não é?
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