sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Viseu, de Viriato e do Vinho!

Estátua de Viriato



Viseu foi o local escolhido para fazermos uma escapadinha do fim de semana de 30 de Novembro a 1 de Dezembro. Sede de Concelho, é uma das maiores cidades da zona centro, e tem vários pontos de interesse, desde os monumentos e a sua história, riquíssima, à gastronomia de eleição, e ao vinho da zona demarcada Dão, renascida nos últimos anos.


Sé catedral






A Sé catedral é um bom  ponto de partida para visitar a zona histórica de Viseu. Aqui neste largo está também o Museu Grão Vasco, a Igreja da Misericórdia, e o posto de turismo. Já com um mapa na mão que levantámos no Turismo, seguimos então para a Sé.

A sua fachada encontrava-se um pouco suja, com muito musgo e ervas, dando um aspecto de desleixo. Por norma, estes monumentos não costumam estar assim tão mal tratados, ainda para mais sendo este um ponto central e muito visitado em Viseu.





Felizmente, só mesmo o exterior é que estava assim, tanto o claustro com os seu belos azulejos, como o interior da Catedral estavam bem cuidados. 









A beleza dos tectos com pormenores manuelinos, bem visíveis nas abóbodas, onde a pedra imita o cordame das naus quinhentistas, finalizado com um nó de marinheiro são um dos pontos que mais sobressai.











O piso superior da catedral encerra um verdadeiro tesouro, o Museu Tesouro da Sé, que reúne peças magníficas, recolhidas das centenas de anos de vida desta catedral. Para finalizar, a vista magnífica sobre o centro histórico da cidade!




















Centro Histórico



Colado à catedral, encontra-se o Museu Grão Vasco. A sua colecção principal é constituída por um acervo de pinturas de Vasco Fernandes, e de obras provenientes de igrejas da zona. Vasco Fernandes, mais conhecido por Grão Vasco, é o nome principal da pintura quinhentista portuguesa

A entrada custa 4€, e é grátis aos domingos e feriados para os residentes em Portugal.





Daqui seguimos para a Praça D. Duarte, onde está a estátua do Rei com o mesmo nome. Esta zona é semi-pedonal, e encontram-se por aqui vários estabelecimentos de restauração, seja para comer uma tosta mista, ou apreciar um gelado, se for caso.





Seguindo pela Rua Dom Duarte, uma ruela estreita e com lojas de outros tempos, encontrámos a Janela Manuelina. Situada no Paço da Torre, monumento nacional desde 1910, e pertença de particulares, estão agendadas obras de restauro a todo o edifício. E bem precisa.







Continuando o nosso trajecto, fomos ter ao Solar dos Condes de Prime, um solar barroco da 1ª metade do séc. XVIII. Uma magnífica fachada e bem cuidada, contrastando com o que tínhamos visto até aqui em Viseu. Ficámos sem saber se se pode visitar, o que é uma pena.





Aqui as ruas são pedonais ou com passeios generosos, e sabe bem passear pelo meio da cidade. Marcas de outros tempos, ainda bem vivas, encontram-se um pouco por todo o lado.











E chegamos ao largo do Rossio! Aqui encontra-se a Câmara Municipal, e também um dos ícones desta cidade, o chafariz da rotunda! Os edifícios, muitos deles históricos, foram aqui e ali transformados em alojamentos locais, por força do desenvolvimento. É sempre uma maneira de se preservarem edifícios históricos, que se assim não fosse, estariam votados ao abandono.

















Apreciámos a beleza desta praça, e seguimos o nosso trajecto subindo até à Porta de Soar, parte da antiga muralha. Monumento nacional, como diz na placa, era uma das sete portas de entrada na cidade, e dos poucos elementos da muralha ainda existentes.














Pelo caminho fomos apreciando alguns belos exemplos de street art que por aqui se vêem, a dar vida às paredes. Esta é cada vez mais uma constante em várias das nossas cidades, como já tínhamos visto recentemente na Covilhã (↗).







Ainda passámos pelo Funicular, que liga o centro histórico à zona ribeirinha, que infelizmente não estava a funcionar. E era de aproveitar o passeio, que é de borla!








Porta dos Cavaleiros



Faltavam ver dois locais que tínhamos destinado: A Porta dos Cavaleiros, e a Cava de Viriato.

A Porta dos Cavaleiros é a outra porta das 7 que existiam na muralha, juntamente com a  já aqui mencioanada Porta do Soar, que ainda permanece intacta.









Fazendo parte da Muralha Afonsina, construída em 1472, está colada ao Solar dos Albuquerque (ou Casa do Arco), muito bem cuidado, e ao Chafariz de S. Francisco. Camilo Castelo Branco conta na sua obra Amor de Perdição como sendo este o local onde Simão Botelho travou uma luta com os criados de Tadeu de Albuquerque, pai do seu amor proibido, Teresa. 

Para finalizar, fomos ver o monumento que mais nos impressionou e despertou curiosidade, a Cava de Viriato!


Cava de Viriato


A Cava de Viriato é um antigo acampamento militar, e ainda hoje, a sua origem ou utilização não é consensual, mas o que é certo é que aqui está a maior construção em terra da Península Ibérica. A sua dimensão exige que para que se tenha a noção do tamanho, se veja do ar. Um octógono com cerca de 32 ha, constituído por 8 taludes de 4 metros de altura, e 250 mt de comprimento!



foto: © Google










Embora esteja ‘baptizada’ como Cava de Viriato, pela sua estrutura e construção, terão sido ou romanos ou muçulmanos a edificá-la. Terão, mas não há certezas a 100% de nada. E quase certo, é que terá sido utilizada pelos Lusitanos como seu acampamento em várias batalhas.

O local de nascimento do próprio Viriato não é uma certeza. Sendo muito provavelmente um pastor, à época não havia registos que atestem a sua naturalidade.

Alguns escritos romanos identificam o bárbaro Viriato como o líder da tribo dos Lusitanos, e vencedor em muitas batalhas contra estes nas tentativas de expansão de Roma na Hispânia, como vivendo na zona das Beiras, Nordeste Alentejano e uma parte da Extremadura espanhola. 

Esta história faz lembrar uma aldeia de irredutíveis gauleses narrada por Uderzo & Goscinny, não é? 😏😁

Devido a todos estes feitos, e pela sua bravura e importância, em 1640 atribuiu-se o nome de Cava de Viriato. Portanto, se pensavam (como eu), que Viriato era de Viseu, desenganem-se! Está sim, ligado a Viseu, por tudo isto que já escrevi. 


A Cava tem uma estátua de Viriato a eternizar a sua presença aqui, rodeado de 5 pastores.







Ainda ficou bastante para ver aqui em Viseu, que não se vê tudo num único dia. Para uma próxima visita, há locais que teremos obrigatoriamente de conhecer. Para melhor organizar as coisas, é conveniente começar a visita passando pelo posto de turismo, e levantar um mapa. As indicações que nos deram lá foram preciosas, e ajudou bastante na construção do nosso roteiro. 

Podem também aceder ao site Visit Viseu (↗) do turismo de Viseu, muito bem estruturado e com informações bastante úteis, como roteiros, restaurantes, alojamentos!

Os apreciadores de bom vinho têm aqui nesta zona também bastante matéria para examinar. A região do Dão está novamente em alta, depois de muitos anos de letargia. Novos produtores e novos métodos catapultaram esta região demarcada novamente para a Ribalta. 

Um dos locais a visitar será o Solar do Vinho do Dão (↗), onde actualmente está sediada a comissão vitivinícola regional.

Para nós foi o confirmar do que já esperávamos de Viseu, uma bela cidade com muitas rotundas (😊😊), bem cuidada, hospitaleira e cheia de história para desvendar! A gastronomia é um dos pontos forte, e o único senão é a falta de estacionamentos no centro da cidade, que nos obrigou a dar voltas e voltinhas. Portanto, vão preparados para esta dificuldade. 

De resto, é um excelente local para visitar neste nosso Portugal, por tudo o que já aqui foi dito, e vale bem a pena visitar esta linda cidade! Nós ficámos clientes!!



Em Viseu, para comer recomendamos:





Para dormir:


Hotel Ónix (***)


Para mais escapadinhas em Portugal:


Escapadinhas



4 comentários:

  1. Olá, Conheço pouco Viseu, mas fiquei com vontade de conhecer melhor. A catedral é lindíssima. Obrigada pelo post. bjs

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  2. Obrigado nós pelas simpáticas palavras! Viseu vale bem a visita, pela sua beleza, monumentos e gastronomia! Ponham na lista.

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  3. Olá!
    Já estive em Viseu uma vez, pela Feira de São Mateus e gostei muito de estar em Viseu. Em breve voltarei lá para rever o que vi, e descobrir coisas que ainda não tinha visto.
    Belo artigo!!

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