Salamanca era uma das cidades que já tínhamos debaixo de olho há algum
tempo. Tudo o que tínhamos lido sobre a cidade, aguçou a nossa curiosidade
de a conhecer. Fizemos as contas à distância (350km +-), e decidimos ser
este o destino para uns dias fora de casa. Vamos lá?
Ir para:
Monumentos:
👉 Casa de las conchas
👉 Igreja La Clerecia e Universidade Pontifícia
👉 Víctor Salamanca!
👉 Catedral Velha e Catedral Nova
👉 Anacronismos ou talvez não...
👉 Horto de Calixto e Melibea
👉 Convento de San Esteban
Hotel:
A caminho!
Saímos com o trajecto definido para Ávila (↗), onde iríamos passar uma
noite, e só depois seguir para Salamanca (Ávila é 100 km +- depois de
Salamanca). Optámos por ir por Bragança, que ficava à mesma distância que
ir pela A25, e a nível de portagens é um bocado mais barato.
Viagem fácil de fazer, com estrada boa, e sem grandes sobressaltos, foi
um tirinho, exceptuando da entrada de Espanha até Zamora, onde o percurso
é numa estrada nacional, e os limites são para cumprir!
Há imensos grupos a sair daqui da Plaza Mayor para fazerem um tour pela
cidade, pela sua centralidade e por o posto de turismo ser aqui,
claro.
Casa de Las Conchas
Pés, para que te quero!
A zona histórica de Salamanca é quase exclusivamente pedonal, e a
escolha de um Hotel na zona central reveste-se de especial
importância. É certo que o estacionamento nesta zona também não é
fácil nem barato, pelo que tivemos que optar por deixar o carro num
parque público subterrâneo. Há várias alternativas, que variam entre
os 14€ e 16€ por dia, e estão bem sinalizados.
Posto isto, é hora de dar corda aos calcantes para conhecer esta
magnífica cidade, onde não faltam motivos a cada esquina!
Plaza Mayor
Se em Portugal cada terra tem o seu Café Central ou Avenida, em
Espanha, há uma Plaza Mayor em cada povoação! E foi por aqui
mesmo que começamos o nosso percurso, na emblemática Plaza Mayor, a 50mt
do Hotel onde ficámos. Aqui está localizado o Posto de Turismo, e é uma das razões
para se iniciar a visita a partir deste local.
Depois de uma breve explicação, e de algumas dicas devidamente marcadas
no mapa que nos deram, começamos a desvendar a cidade com a Universidade
mais antiga de Espanha!
Seguimos pela rua Mayor, onde as esplanadas invadem o caminho, e logo,
logo, chegámos aos primeiros pontos de interesse: a
Casa de las Conchas e La Clerecia!
Casa de Las Conchas
Actualmente é Biblioteca Pública, este que é um dos mais emblemáticos
edifícios de Salamanca. O edifício é um dos melhores exemplos do Gótico
Espanhol. As mais de 300 conchas que revestem a sua fachada, são a base
de algumas lendas, que rezam haver jóias escondidas numa das conchas,
sendo que quem quisesse tentar adivinhar, teria que depositar como
caução o valor que acharia que ia encontrar.
Se acertasse, na concha e valor, era para ele, caso contrário,
revertia a caução para a casa! Basicamente, temos aqui o precursor do Preço Certo!
Igreja La Clerecia e Universidade Pontifícia
Datando de 1611, durante século e meio foi sede dos Jesuítas, até que
Carlos III resolveu expulsá-los de Espanha. Muitos anos se passaram até
que no séc. XX foi convertida em Universidade. Esta zona começa a
transportar-nos para outros tempos, pela beleza e imponência dos
palácios e igrejas que aqui abundam!
É possível subir às suas torres, para aproveitar a vista, pela módica
quantia de 3,75€
Víctor Salamanca!
A entrada é grátis (2022).
Víctor Salamanca!
Continuando pela Calle Libreros, vamos dar à porta da
Universidade mais antiga de Espanha. Pelas suas paredes fora vamos
encontrando símbolos pintados, o famoso Victor Salamantino, que
representa a vitória de ter terminado o curso. Esta simbologia é
centenária, e se inicialmente era utilizado sangue de touro e verniz
para eternizar este feito, hoje serão utilizadas outras matérias primas.
Este Victor foi tão impactante que ainda hoje é reconhecido como símbolo
da cidade e da universidade.
Imperador Akihito e emperatriz Michiko também têm lugar
aqui
E chegamos às portas da Universidade! Aqui temos a primeira curiosidade
de Salamanca: a famosa rã!
Reza a lenda que quem encontrasse a rã na fachada da Universidade,
teria o caminho desbravado para terminar o curso com sucesso. Muita
gente por aqui passa na tentativa de descobri-la, e grupos guiados têm a
missão facilitada
E aqui está ela, em cima de uma das caveiras que ornamentam a fachada. É
assim um bocado intimidante, mas es lo que es!
Mas atenção! Como ouvimos um guia a dizer a um grupo de turistas, mau
será não encontrar a rã, mas pior é não ver nada mais do que a rã!
Percam uns bons minutos a apreciar a fachada!
Nas nossas costas, temos a entrada para o Pátio das Escolas Menores, onde
na biblioteca encontrámos o Céu de Salamanca, pela visão do pintor
Fernando Gallego.
Na entrada há uma placa que diz claramente que é proibido tirar
fotografias, mas perguntámos ao senhor que lá estava se podíamos
tirar sem flash, ao que ele acedeu.
Respeitar as normas é sempre importante e de bom tom, convém
não esquecer!
A luz ambiente é controlada, e é aconselhável esperar pelo menos 5
minutos, para os nossos olhos se habituarem ao escuro. Vale a
pena!
Catedral Velha e Catedral Nova
Optamos por não visitar o interior, mas sim subir às torres, onde se pode ter uma visão expandida da catedral do alto, e ver a exposição Ieronimus. No trajecto, passa-se pela nave principal, e é possível ter a noção do tamanho XXL desta catedral!
No topo está sempre a cereja! Uma vista quase 360º de Salamanca, dos
100mt de altura da Catedral! Como a visita custa 4€, preferimos fazer esta
à da subida das torres da Clerecia (3,75€). Até chegar às Campanas,
pode-se caminhar pelos passadiços que andam em torno da catedral, e
aproveitar as vistas dos parapeitos, deslumbrantes! Esta é uma visita a
não perder!
Ter em atenção que quem for mais susceptível às alturas, ou a espaços
fechados, poderá não ser aconselhável. Na subida final, a escada é bastante
estreita, e há um semáforo para evitar que as pessoas se cruzem no trajecto.
Quem já subiu ao zimbório do Santuário de Santa Luzia, em Viana do Castelo,
já sabe como é!
Há aqui por Salamanca algumas curiosidades para descobrir. A rã na
fachada da universidade é uma delas, como já aqui falamos, e a mais
antiga.
Há porém, mais para descobrir nas paredes e fachadas. Na Catedral, estarão por certo, as mais bizarras, mesmo na fachada principal. Ora vejam:
Mas então, o que é que se passou aqui? Será que Nostradamus ajudou na
construção da catedral, e com a sua visão, imaginou como seria o homem no
espaço?!? E já haviam sorvetes há 500 e tal anos atrás?!?
Bem, a explicação é mais simples do que se possa imaginar! Em
1992, por ocasião da exposição "As Idades do Homem", que aqui decorreu, foi realizado um trabalho de restauro ao portal que se encontrava
bastante degradado.
Miguel Romero, um dos escultores que participou nos trabalhos, teve a
ideia de identificar a parte nova, deixando como assinatura um
astronauta, como símbolo da era espacial. O leão (ou fauno, fica ao
critério de cada um decidir o que é), e o seu sorvete é mais um 'easter
egg' presente nas fachadas viradas para a Plaza de Anaya.
Horto de Calixto e Melibea
Seguindo pelo Pátio Chico, continuamos a apreciar todo o esplendor da
Catedral, até chegarmos ao Horto de Calixto e Melibea. Inspirado na obra
de Fernando de Rojas, Tragicomédia de Calixto e Melibea (que
desconhecíamos em absoluto, assumimos), fica em cima de parte da antiga
muralha salamantina.
Confesso que não ficamos deslumbrados com este local, que é relativamente
pequeno. Será mais um local a visitar pela carga histórica que tem.
Como Salamanca é rota para Santiago, mesmo colado ao Jardim há um
Albergue, para que os peregrinos descansem e reestabeleçam energias para o
caminho que ainda falta até Compostela.
Convento de San Esteban
Descendo para a Plaza de Carvajal, seguimos pela rua com o mesmo
nome, passando pela Cueva de Salamanca, que se encontrava
encerrada por risco de queda. Local místico, aqui, dizem, o Diabo
ensinava as ciências do oculto e magia negra! Seria interessante de
conhecer, mas ficará para outra vez!
Chegamos então ao Convento de San Esteban. Mais uma obra
monumental, numa cidade que parece ter uma em cada esquina e
canto!
Daqui seguimos em direcção ao Rio que banha a cidade, o Tormes, não antes
sem a Ana descobrir que é uma santidade! 😁
Apreciem daqui a fachada da Casa Lis, que alberga o Museu Art Nouveau e Art Déco!
Aqui em Salamanca, uma coisa é certa, não se come mesmo nada mal! São
imenso os locais para apreciar o melhor da gastronomia espanhola e
salamantina, e há para todos os gostos e carteiras.
Nós fizemos como se costuma dizer, à terra onde fores ter, faz como vires
fazer. Um nome surgiu sempre, quando se pesquisava algo sobre restaurantes
em Salamanca, Calle van Dyck!
Conotado como sendo um local barato, e claro, escolha principal dos
estudantes, encontrámos uma zona que tem belíssimos restaurantes, com
várias opções de comida, e com preços ainda à estudante! É obrigatório
passar por aqui e experimentar! Tapeamos?
ℹ - O valor das refeições variou entre os 22€ e 32€ para os dois, sempre com vinho.
ℹ - O valor das refeições variou entre os 22€ e 32€ para os dois, sempre com vinho.
👉La fresa
Este era um dos restaurantes que queríamos conhecer, pelo que já
tínhamos lido. Uma excelente opção, que só conseguimos visitar à 2ª
tentativa. Casa impecável, com um balcão sempre cheio de clientes, como
é suposto ser. Lista de vinhos muita extensa, de várias regiões. Fomos
nas tapas (entre 2 e 2,50€!), quentes e frias, com uma óptima
apresentação e deliciosas! Recomendadíssimo!
Calle de Van Dyck, 8
👉 Méson Los faroles
Foi a nossa primeira paragem, porque o La Fresa estava lotado!
Casa simples, estilo tasquinha, com uns petiscos muito bons. O
funcionamento é curioso, pega-se num papel com as opções que há,
marca-se o que se pretende, e entrega-se no balcão. Quando estiver
pronto, chamam para se levantar. Não sendo extraordinário, foi o sítio
mais barato onde comemos.
Calle de Van Dyck, 26
👉Taberna Galatea
Colada à Plaza Mayor, esta taberna foi uma óptima surpresa. Pequena, mas arrumadinha,
com uma boa esplanada no passeio, comemos aqui das melhores tapas no
prato em Salamanca. Simpatia no atendimento (na escolha do vinho até
nos deram a provar um pouco, para ver qual mais gostávamos), a
comida foi simplesmente fabulosa! A par do La Fresa, foi dos restaurantes que mais apreciámos! Recomendadíssimo, claro
está!
Calle Prado, 11
👉 Café-Bar Rua
Almoçamos aqui (petiscamos, vá...), num dos dias que estivemos em
Salamanca. Muito central, na Rua Mayor, junto à
Plaza Anaya, tem um atendimento rápido e bons petiscos. Preços
bem simpáticos.
Rua Mayor, 46
👉 Taberna de Dionisos
Próxima da Plaza Mayor, descobrimos esta taberna de tapas e vinhos.
Espaçosa, aqui as tapas são maioritariamente frias. Têm menus de tapas, que
ficam mais baratos. Sem deslumbrar, é mais uma opção a ter em conta aqui em
Salamanca
Calle Íscar Peyra, 16
Ficámos no
Hotel Matilde by gaiarooms, reserva efectuada na Booking. Extremamente central, colado à
Plaza Mayor e ao início da Rua Mayor, foi uma opção válida.
Não é propriamente um Hotel, como o nome indica, não tendo sequer
recepção. Tudo é feito pela app do telemóvel, abrir a porta principal e a
porta do quarto, o que pode ser um contra para quem não se sinta muito à
vontade com estas tecnologias, ou se o tarifário do telemóvel não incluir
roaming, claro está!
Será mais um hostel que se vê um pouco por toda a Europa, onde tudo é feito sem nos cruzarmos quase com ninguém. Algum problema, terá que ser efectuado o contacto pelo whatsapp, que é por onde eles enviam o link para a app do nosso quarto. Aqui em Salamanca encontrámos vários alojamentos que são geridos pela mesma empresa do Hotel Matilde.
Será mais um hostel que se vê um pouco por toda a Europa, onde tudo é feito sem nos cruzarmos quase com ninguém. Algum problema, terá que ser efectuado o contacto pelo whatsapp, que é por onde eles enviam o link para a app do nosso quarto. Aqui em Salamanca encontrámos vários alojamentos que são geridos pela mesma empresa do Hotel Matilde.
O pequeno-almoço é servido num café contíguo, que pode ser também o local
onde entregar o cartão da porta do quarto (que se encontra no seu
interior).
Vamos voltar porque:
- A localização é excelente
- O quarto é moderno e muito arranjado, e com varanda
- O preço
Mas...
- Não tem mini-frigo.
- Não tem persianas, só uma espécie de black-out
- Não é um Hotel, como o nome indica.
¿Qué tal?
- Não tem persianas, só uma espécie de black-out
- Não é um Hotel, como o nome indica.
Salamanca é uma das cidades históricas de Espanha. A sua universidade é a
mais antiga de nuestros hermanos, tornando-a uma cidade bem jovem.
A singularidade das suas ruas empedradas e a característica cor dos seus
edifícios e monumentos é razão para também se chamar de A Dourada a
Salamanca, e com toda a razão. Há imenso para conhecer por aqui, e por
certo que deixamos alguma coisa mais para ver numa próxima vez.
A sua zona histórica é praticamente toda pedonal, o que lhe confere uma
vantagem extra, para quem a quer conhecer. Pareceu-nos uma cidade bem
organizada, com bastantes parques subterrâneos na zona de maior afluência,
com muita oferta a nível da restauração, com preços justos. Nisto, ainda
temos que aprender muito com os Espanhóis, não é com preços exorbitantes
que se conquistam clientes e turistas.
Como já referimos, ao visitar Salamanca, mais vale estacionar logo o carro, e escolher um hotel mais central, para facilitar as coisas. Há oferta q.b., e para todos os gostos. O resto, faz-se, e bem, a pé!
Como já referimos, ao visitar Salamanca, mais vale estacionar logo o carro, e escolher um hotel mais central, para facilitar as coisas. Há oferta q.b., e para todos os gostos. O resto, faz-se, e bem, a pé!
Como complemento, podem sempre fazer como nós fizemos, e ir conhecer Ávila
(que muralha incrível!), e Segóvia, com o seu aqueduto monumental e o
alcázar, que é magnífico! Pés ao caminho!
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