terça-feira, 5 de novembro de 2019

Martinica: A História do Rum!

Destilaria Depaz


As Caraíbas são, pela sua localização e clima, um local privilegiado para a plantação de cana de açúcar. Martinica não é excepção, e juntamente com as plantações de banana, é a base da sua agricultura. O principal importador é a França continental, sendo a banana e o rum os produtos mais exportados, claro.

Antes de chegarmos a Martinica, já tínhamos lido que havia muitas destilarias aqui, e que havia a possibilidade de as visitar. Ficámos logo com vontade de conhecer, e fazer uma visita a uma delas foi um dos pontos que acordámos. Acabámos por visitar duas, uma na costa Atlântica, e outra a norte, próximo do Monte Pelée. As duas experiências foram diferentes, e acabaram por ser complementares, ficando a conhecer um pouco mais sobre este líquido precioso!




Saint James, o Museu do Rum!






Saint James é uma destilaria com mais de 250 anos. Aqui quando falamos em destilarias, não é só a destilaria que existe, mas sim todos os pontos da produção de rum, desde as plantações, as casas dos donos, as destilarias propriamente ditas, e também armazéns. É o pacote completo!





Saint James intitula-se como o Museu do Rum. Aqui podemos fazer uma visita ao museu da Saint James, numa antiga mansão colonial, com uma exposição com fotografias, cartazes e gravuras referentes à plantação de cana de açúcar e à produção de rum agrícola.

Tudo muito bem apresentado, mas, para azar o nosso, o comboio que atravessa toda a plantação até ao Museu da Banana não estava a funcionar, só a partir de meados de Outubro. Aliás, o Museu da Banana, que também tentámos visitar, também se encontrava fechado! Lá terá que ficar para outra visita!





No piso superior, mais memorabilia da plantação Saint James, e um vídeo explicativo, que infelizmente, só estava disponível em francês, como nos disse a senhora que nos atendeu, com um encolher de ombros como que a dizer ' sei lá porque é que não colocam noutra língua!'. Para nós, que o francês é escasso, assumimos, claro que não interessou muito ver esse mesmo vídeo.























Visitámos também o armazém, numa segunda casa colonial, onde estão armazenados runs com muitas dezenas de anos, guardados a 7 chaves, claro! 








A destilaria Saint James está muito bem cuidada, e, com algumas informações noutras línguas que não só o francês, seria excelente, para se perceber todo o processo de produção e ficar a conhecer mais desta bebida tão apreciada. Pode ser que para uma próxima visita nossa já esteja mais preparada para visitantes de outras nacionalidades. Era bom!



Nota: O Rum em Martinica tem um processo diferente de produção, sendo mais aproximado à cachaça brasileira, do que ao rum a que estamos habituados. Este é obtido directamente a partir do caldo de cana fermentado, enquanto que por exemplo, o rum cubano, é obtido a partir do melaço. O resultado final acaba por ser bastante diferente, e enquanto que o rum de melaço combina muito bem com cola, o rum agrícola combina melhor com sumos de fruta.

Sabia que: Na Madeira também se produz e comercializa rum agrícola, com a designação de Rum da Madeira (IGP), também conhecido como aguardente de cana, por ter exactamente o mesmo método de produção.





Depaz, na sombra do vulcão!



Como tínhamos decidido ir a Norte conhecer o Monte Pelée, aproveitámos para conhecer uma das melhores e mais antigas destilarias da ilha, a Destilaria Depaz. Aqui inicialmente os terrenos férteis da encosta do vulcão eram aproveitados para plantar tabaco, até ao tristemente célebre ano de 1902, com a erupção do Monte Pelée, que devastou toda esta zona, vitimando 30.000 pessoas. Victor Depaz perdeu toda a sua família nesta erupção, salvando-se por estar a estudar em França.






 



Em 1917 começa a novamente laborar, após a reconstrução da fazenda e construção do Château Depaz, uma casa colonial réplica da que tinha sido a sua casa de infância. Mais uma vez, não tivemos muita sorte, porque o Château estava fechado ao público para manutenção! 







A visita à destilaria é gratuita, à imagem da destilaria Saint James, e está bem indicada, basta seguir pela zona que está pintada a vermelho no chão. Passando por toda a zona da destilaria, desde a zona de armazenamento, produção e um pequeno museu, termina na loja, onde se podem provar e comprar os excelentes runs aqui produzidos. 

































Os armazéns onde está guardado o precioso líquido são uma das últimas zonas a visitar. Aqui, na Boulevard du Rhum encontram-se os que irão ser dos melhores runs da Depaz, ainda em processo de envelhecimento em casco.















A visita finaliza-se na loja da Depaz, onde se podem comprar estes fantásticos runs. Acabámos por não a visitar, devido a estar fechada para inventário, abrindo só no dia seguinte.






As imagens únicas e belíssimas que aqui temos, com a vista para o mar e sobre Saint Pierre são um motivo mais que suficiente para visitar esta destilaria, já para não falar no rum, claro!











Enquanto que em Saint James só conseguimos ver o museu, aqui conseguimos acompanhar todo o processo de produção do rum, e com a vantagem de terem sempre indicações em francês e inglês.

A localização privilegiada no sopé do Monte Pelée, com os seus terrenos férteis, confere uma qualidade única à cana de açúcar plantada na Depaz. Mesmo havendo o risco de erupção (sim, o vulcão não se encontra extinto), continua a ser o local escolhido para manter esta plantação e a produção de rum de qualidade.

A paisagem envolvente e o Château Depaz (que pena estar fechado!) fazem com que seja uma visita obrigatória, como também o é o museu da Saint James, pela sua riqueza e beleza.

Nestas destilarias está contado um bom pedaço da História , sim, porque o rum é história de Martinica!




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