Serra da Estrela, neve e gastronomia!

O fim de semana de 26 a 28 de Janeiro (2018) estava marcado para ser na Serra da Estrela! Assim ficou decidido entre os vários locais que estavam em hipótese. Como eu e a Ana já lá não íamos há muito tempo, decidimos apostar neste local! E que bem apostado...

Já tínhamos falado de marcar um fim de semana com o Fausto e a Natália (e o filho  Renato), e aproveitamos esta disponibilidade para fazermos a coisa em grande! Vai daí, começamos a ver onde podíamos reservar o nosso poiso. A opção partiu por inicialmente fazer a pesquisa no site Toprural (http://www.toprural.pt), mas as opções ficavam curtas e um pouco caras.

Inicialmente tentamos a zona de Seia ou Gouveia, mas depressa percebemos que para aqui não iríamos ter grande sorte. Passamos para o nível 2, e toca a procurar no Booking. E aqui conseguimos encontrar o que pretendíamos: Casa de Xisto de Santo António (↗), em Videmonte! 

Esta casa tinha tudo o que pretendíamos! 2 Quartos, um deles com uma cama King Size, para o Renato dormir no meio dos pais, aquecimento em cada quarto, uma cozinha completa, com fogão, placa, máquina de lavar loiça, micro-ondas, torradeira, TV, Wifi...

O programa das festas começou a ser feito, e prepararam-se os 'mantimentos' para a estadia. E como o medo de passar fome era muito, uns naturais exageros foram cometidos...

Quase que era preciso um atrelado!!

Videmonte: Na casa de Santo António

 Casa de Xisto de Santo António

Videmonte fica já no interior da Serra da Estrela, e dista 15Km da cidade da Guarda e a pouco mais de 30Km de Gouveia, o que quer dizer que iríamos ficar na encosta oposta à que inicialmente pensamos.

Nesta aldeia existem várias casas de xisto recuperadas, todas com muito bom aspecto! Os fontanários abundam, um pouco por todo o lado, todos com água boa para beber.

Quando chegamos, o Sr. Bernardino disse-nos: 'se quiserem água sem ser da torneira, pegam na caneca e vão ao fontanário, que a água é muito boa!'. e era o que nós fazíamos! Afinal, estamos na Serra da Estrela, e a água é realmente muito boa!

A 20mt da casa encontra-se o Adro da Igreja, e o café da associação, onde no sábado de manhã cedo, se juntaram imensos caçadores de todo o país, para uma montaria ao javali. No final, caçaram 7 ou 8, como nos disseram no Café Central. Sim, tem que haver um café Central em todos os locais de Portugal... 😃

Um pouco abaixo, o Café e Mini-mercado Santiago, com os produtos necessário para o dia-a-dia. Do que cá há, nada falta!!

mapa com os percursos pedestres de GR de Videmonte

 Casa retiro de Xisto,outra casa para alugar da D.ª Sara Azevedo, a 100mt da nossa

 Capela de Santo António

 A preparar as fêveras para os caçadores. Pela manhã é que se começa o dia!!

 Casa de Xisto de Santo António, onde ficamos!

 Um esquimó a caminho da neve!

A Ana e a sua taberna. Hoje está fechada, que vamos para a neve!!

960m de altitude!

Acabou por ser uma grande ideia, porque para estes lados, a oferta não é tão comercial como do lado de Seia, o que a nível de preços de estadia se reflecte e muito. 

Após a reserva efectuada pela Booking, a proprietária, D.ª Sara Azevedo, entrou em contacto via mail, para reconfirmar a estadia, deixando o seu contacto, para a comunicação ser mais rápida e efectiva. Aproveitei para indicar uma hora de chegada, ficando a confirmação de ser feita à medida que fossemos chegando ao destino, e pedir uma opinião para o jantar de 6ªa feira. Sim, porque o resto das refeições já estava planeado!!

Aqui ficam os contactos:

Casa de Xisto de Santo António
Rua da Serra, Videmonte, 6300-245 Videmonte
booking: https://www.booking.com/hotel/pt/casa-de-xisto-de-santo-antonio.pt-pt.html
e-mail: casadexisto@gmail.com
Contacto:
D.ª Sara Azevedo
Telm: 914 381 254
Preço: (em Janeiro 2018): 80€/noite, casa completa. Crianças com menos de 6 anos grátis, usando a cama existente.

Como chegar:
Do Porto:

Seguir A1 em direção ao Sul. Em Albergaria, apanhe a A25. Siga sempre pela A25 até Celorico da Beira.

Em Celorico da Beira, use a saída nº 26 (2ª saída) e siga pela circular no sentido Celorico Gare. Encontrará uma rotunda onde deve sair na 1ª saída no sentido Vale de Azares. 

Deverá utilizar o percurso: Celorico, Vale de Azares, Cadafaz, Prados e Videmonte.

De Lisboa:

A1 em direção ao Norte. Depois de Santarém, na saída de Torres Novas, apanhe a A23 em direção à Guarda. Utilize a saída sul (1ª saída) no acesso à Guarda.

Siga pela via de cintura externa no sentido Hospital até ao final da mesma. Vire à direita e siga pela EN16, sentido Vale do Mondego. 

Imediatamente a seguir ao quartel dos Bombeiros Voluntários, vire à esquerda na direção de Trinta/Videmonte. Deverá utilizar o percurso: Maçainhas, Corujeira, Trinta e finalmente Videmonte.

A chegada!

Na 6ª feira, e após já termos estudado o caminho, ao sairmos de casa confirmamos a hora de chegada, para estar tudo pronto quando lá chegássemos. A D. Sara explicou-nos que infelizmente não poderia estar presente, mas que o seu pai estaria à hora marcada no adro da Igreja para nos receber. Dito e feito. À hora marcada, lá estava o Sr. Bernardino para nos receber!

O frio cá fora já era bastante, mas a casa estava quentinha!! A salamandra, quase por si só, chegava para aquecer a casa e os quartos, que mesmo assim tinham o aquecimento ligado.

Tudo muito direitinho e cuidado nesta casa, e além de todas as comodidades já referidas, também tinham roteiros da região. Por vezes, e nestes locais, como já nos aconteceu em hotéis, não há roteiros da zona, o que para mim, acho uma falta de cuidado e de profissionalismo. Estes roteiros (penso eu..)  poderão ser solicitados à Região de Turismo da zona onde estamos, e servem para divulgar os pontos de interesse da região. Aqui, havia vários na estante. Muito bem!

 A viagem deu sede, à que abrir uma garrafa de Alvarinho

Para o sábado, já estava planeada uma jantarada de categoria!! Costelinhas no forno, e com umas boas opções de vinho: Andreza tinto reserva 2014, Andreza branco, Quinta de Santiago Alvarinho de Monção, Periquita reserva 2013. Para aperitivo, Gin Sharish, Porto Tawny Croft 10 anos, e Santiago de Cuba añejo! Chega?!? 

As costelinhas!!!

Primeira paragem: O Galego!

Arrumadas as malas, e organizadas as coisa, era tempo de nos dirigirmos ao restaurante. A D. Sara deu-nos várias opções, acabando por ser escolhido o restaurante O Galego (www.restauranteogalego.pt). E que bem escolhido!

O Galego fica próximo da saída da A25, em galegos. É relativamente simples de lá chegar, estando identificado em qualquer GPS.

Como precaução, reservamos mesa, para não corrermos riscos. Chegados ao restaurante, estacionamos no parque privado do mesmo, e rapidamente entramos, porque o frio apertava cada vez mais!

A nossa mesa lá estava à espera, numa sala confortável e acolhedora, com uma bela garrafeira exposta. Os funcionários, (O Miguel maior e o Miguel mais pequeno (foi assim que o Miguel maior disse... 😃), foram sempre atenciosos e ajudaram-nos na escolha dos pratos. De entrada, comemos um orelheira com feijão (feijoca?), juntamente com uma bola com camarões, e um prato de enchidos. Tudo delicioso! 

Para acompanhar, escolhemos, como sugestão do Miguel (o maior), um Américo Dão Encruzado (10€). Não conhecendo a marca, mesmo assim aceitei a sugestão, por ser um vinho da região, e provavelmente ser uma boa 'pinga'. E era!

Para o jantar propriamente dito,  ficamos, eu, a Ana e o Fausto  pelo naco de vitela grelhada com bacon (11€), e a Natália optou por uma açorda de cogumelos silvestres com camarão (cogumelos fritos com camarão, com pão de centeio e ovo),  (11.5€).

Tudo muito bem servido, a carne ao ponto (exactamente como pedimos), tenra e deliciosa, e a açorda muito boa. Acabada de fazer na mesa, a juntar o ovo, e servida no prato! 

Para sobremesa, Mousse de chocolate, Leite creme, e um doce (esquece-me o nome!!) de iogurte natural, leite condensado limão e canela, que segundo a Natália, estava de-li-ci-o-so!!


O Galego é um restaurante a visitar, com toda a certeza! Muito bem orientado por Tiago Martins (e a sua Mãe, segundo nos confidenciaram), com uma bela carta de vinhos à disposição e uma ementa (↗) com variadas opções. Os funcionários são simpáticos e educados, muito profissionais, e conhecedores da ementa, o que por vezes em alguns restaurantes não acontece. Quem já não passou por um "O que leva este prato? - Só um momento, que vou perguntar!"? Aqui, todas as questões que fizemos foram prontamente respondidas. 

Além dos pratos de carne e peixe, os pratos com cogumelos silvestres também são uma das opções. 

As reservas podem ser feitas pelo telefone ou pelo site.


Restaurante o Galego - www.restauranteogalego.pt
Rua Principal , 6300-653 Galegos - Guarda
Tel: 271227328
e-mail: geral@restauranteogalego.pt
Reservas: www.restauranteogalego.pt/reservas
GPS: N: 40.53110 - W: 7.23493
        

Casa Américo Dão Encruzado

Açorda de cogumelos sivestres e camarão

 O naco!!

Mousse de chocolate caseirinha!

O belo do leite creme... com canela!!

Cozinha à vista: Aqui vemos a prepararem os pratos

Sábado é dia de ir à neve!

No sábado estava marcado então irmos à Torre, para mostrarmos a neve ao Renato. Ia ser a primeira vez, e ele estava em pulgas!! O dia amanheceu radioso e sem nuvens, mas frio, como é normal nesta altura do ano por estas bandas.

O roadbook estava feito, e começamos por uma passagem por Belmonte, visitar o Castelo e área envolvente.

Belmonte, terra de Pedro Álvares Cabral

Belmonte, onde nasceu Pedro Álvares Cabral, está situada em plena Cova da Beira, e tem uma extensa vista da costa oriental da Serra da Estrela. Segundo a tradição, o nome Belmonte surge devido ao belo monte onde esta vila está.

Vila histórica e de relevo nas Descobertas, sendo um filho da terra, Pedro Álvares Cabral que no longínquo ano de 1500, comandou a segunda armada à Índia, sendo nesta viagem que ficou oficialmente descoberto o Brasil. Devido a este evento, Santa Cruz de Cabrália, onde Cabral aportou, é uma das várias cidades geminadas com Belmonte, marcando presença então com uma bandeira do Brasil no alto do Castelo.

Belmonte também foi um local de relevo na comunidade judaica, relacionado com a resistência à intolerância religiosa na Península Ibérica.  Vários pontos marcam essa presença, e em 2005 foi inaugurado o Museu Judaico de Belmonte, que mostra as tradições e o dia-a-dia dessa comunidade.

Outros museus que aqui existem e que são de visitar:

- Museu do Azeite

- Museu dos Descobrimentos

- Ecomuseu do Zêzere

 

 Ao fundo já se vê a neve na Serra!

 Capela do Calvário e Capela de Santo António, à direita

 Capela do Calvário

 Capela de Santo António

 Um Álvares Cabral pequenino!!

As bandeiras de Portugal e Brasil

Destino: A Serra!

Terminada esta curta visita, seguimos o caminho para a Torre. Entramos pela Covilhã, passando pelas Penhas da Saúde, com os seus bonitos chalés, até chegarmos ao alto da Serra. O trânsito já era algum, porque o tempo estava bom, e tinha nevado 2 dias antes, e a toda a gente pensou o mesmo que nós!

Chegados ao alto, lá conseguimos estacionar o carro, comprar alguns produtos típicos, e agora é hora de brincar na neve! O Renato teve direito a um Sku, para realizar o seu sonho de brincar na neve! 

E neve era o que não faltava!!! Nestas situações, fico sempre na dúvida quem é que é a criança a brincar na neve, se os adultos, se as crianças propriamente ditas... :)

 Os chalés!

Duas autocaravanas, a fazer também a subida para a serra

A alegria dos meninos!!!

Passeio de cavalo em trenó!

Vento e neve!

Undercover!

E está na hora de ir almoçar! Despedimo-nos da neve, com um até à proxima, e rumamos ao nosso destino: O Albertino, em Folgosinho! pelo caminho fomos encontrando alguns dos residentes aqui da Serra, que andam sempre em rebanho!

As cicatrizes dos incêndios ainda bem visíveis

Pit-stop!

Uma instituição chamada 'O Albertino'!

Chegamos a Folgosinho, e facilmente demos com o restaurante. O Albertino é mais do que isso, é uma verdadeira instituição! 😃

A reserva já tinha sido feita por mim, através do site (é mesmo conveniente fazer, pode fazer aqui(↗)), onde se escolhem as horas da refeição. Ao almoço há 3 turnos: 12H, 14H e 16H, e ao jantar 2 turnos, às 19H e 21H.

Reservei para as 14H, mas devido ao trânsito no alto da Serra, acabamos por nos atrasar, e só chegamos por volta das 15H. Tentamos ligar, mas a rede era pouca, e, como depois nos explicou a dona, há duas linhas, mas só uma é que está a funcionar, devido (ainda) aos incêndios. De qualquer das maneiras, a reserva ainda lá estava (😃), e rapidamente nos encaminharam para a mesa.

O Albertino é composto por 3 salas de refeição, cada uma num piso diferente. A entrada é a de um café normal, que não transparece o que se passa nos pisos superiores.

Sentados, fomos atendidos pelo Rafael e por outro colega (não fixei o nome...), muito solícitos e simpáticos! Explicaram-nos então como funcionava O Albertino: Vão servindo 5 pratos, para toda a gente provar, e no final, pode-se repetir o prato que mais se gostou. As bebidas e o vinho da casa estão incluídos, bem como o café e os digestivos, que são sempre servidos no piso de baixo. O preço: 16€ por pessoa!!!

Os pratos que são servidos, a saber:

- Cabidela de Coelho
- Feijoada de javali
- Vitela de Folgosinho
- Borrego
- Leitão à Albertino

E aqui houve uma dúvida no vencedor, a cabidela e o borrego foram sem dúvidas pratos excepcionais!! Sem dúvida, a visitar!

Restaurante O Albertino
Largo do Adro de Viriato, nº8 6290-081 Folgosinho
Telef: 238 745 266 – 238 745 104
Telem: 962 674 201
Web: http://www.oalbertino-folgosinho.com
Reservas: http://www.oalbertino-folgosinho.com/reservas-restaurante/

Largo do Adro de Viriato

 Os 'seguranças' d'O Albertino

Os pratos!

 Cabidela de Coelho! 

 Feijoada de javali!

 O belo do borrego, acabadinho de sair do forno!

 Leitão à Albertino

 As sobremesa: Leite creme, arroz doce, e requeijão com doce de abóbora

 Também há garrafeira disponível, e bons vinhos!

 A loja d'O Albertino, onde se podem comprar produtos regionais

O regresso!

De volta a casa no domingo, aproveitamos para ir almoçar a Aveiro, a minha terra natal! Após um ou dois telefonemas, apercebemo-nos que para reservar ia ser difícil. 

Decidimos ir para a zona da Praça do Peixe, onde a oferta dos restaurantes é grande, e após duas tentativas frustradas, pousamos n'O Mercantel (↗). E aqui, aproveitamos para comer umas ameijoas da Ria (bem boas!), um Robalo e umas postas de Garoupa. 

Uma volta a pé para ajudar à digestão, e umas caixitas de ovos moles depois, e estamos prontos para voltar!

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Contactos:

Alojamento

Casa de Xisto de Santo António

Rua da Serra, Videmonte, 6300-245 Videmonte

booking: https://www.booking.com/hotel/pt/casa-de-xisto-de-santo-antonio.pt-pt.html

e-mail: casadexisto@gmail.com

Contacto:

D.ª Sara Azevedo

Telm: 914 381 254

Preço: (em Janeiro 2018): 80€/noite, casa completa. Crianças com menos de 6 anos grátis, usando a cama existente.

Restaurantes

Restaurante O Galego - www.restauranteogalego.pt
Rua Principal , 6300-653 Galegos - Guarda
Tel: 271227328
e-mail: geral@restauranteogalego.pt
Reservas: www.restauranteogalego.pt/reservas
GPS: N: 40.53110 - W: 7.23493

Restaurante O Albertino
Largo do Adro de Viriato, nº8 6290-081 Folgosinho
Telef: 238 745 266 – 238 745 104
Telem: 962 674 201
Web: http://www.oalbertino-folgosinho.com

Reservas: http://www.oalbertino-folgosinho.com/reservas-restaurante/